A raridade e exuberância decorativa da madrepérola, utilizada nos mais diversos tipos de objetos produzidos especialmente no Guzarate, Índia, foram alvo da cobiça dos colecionadores europeus. Neste cofre indo-português as placas de madrepérola, de morfologia polilobada e retangular, configuram uma tipologia rara. Já que o formato ovalado do cofre substitui o paralelepipédico. Para acentuar o requinte da peça, o cobre dourado das ferragens e dos pés associa-se aos brilhos nacarados da madrepérola, em tonalidades rosa e verde.
Esta exótica peça quinhentista, para além de mais-valias próprias, provavelmente foi também utilizada como relicário, à semelhança de outras com idêntica dimensão e decoração, uma vez que a iconografia, inscrita ao nível das ferragens, remete para práticas do culto cristão.
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