CLIPPING
SERVICE
CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Folha de S. Paulo - SP
SEÇÃO:
Cotidiano
DATA:
29/11/2007
Newton Bernardes e a "bela ciência"
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando Gilberto Gil foi à
Unicamp debater sobre seu
disco "Quanta", criticado pe-
la densidade teórica, ouviu
do físico Newton Bernardes
que era natural o choque en-
tre arte e ciência. Foi com es-
sa " bela ciência e "instigando
gerações mais jovens”, dizem
amigos, que Newton tornou-
se tão conhecido.
Nascido em
Igarapava
(SP), o físico formado pela
USP em 1952 especializou-se
em mecânica quântica, ter-
modinâmica e teoria do esta-
do sólido, no Brasil e no exte-
rior. Nos Estados Unidos, al-
cançou um de
de seus maiden
ten-
tando explicar a supercon-
dutividade, citado no paper
sobre a teoria BCS que resul-
taria aos autores no Nobel de
1972. Prêmio que poderia ter
sido dele, gostava de frisar.
Chegou a chefiar um grupo
de física de sólidos no Insti-
tuto para Pesquisa Atômica
na Comissão de Energia Ato-
mica dos EUA, mas voltou ao
Brasil para lecionar. Por 30
anos foi professor - desses
que dão no
nó na cabeça dos alu-
nos, excitado ao desafiar as
teorias consagradas.
de Física da USP e fundou o
Dirigiu ainda o Instituto
Centro de Lógica, Epistemo-
logia e História da Ciência da
Unicamp. 1
E lá que está toda a
sua biblioteca, doada
por ele
há pou meses.
. Sem com bom humor,
dizia aos amigos -cientistas
como Cesar Lattes -que ha-
via apenas duas saídas para
um fisico fazer carreira no
Brasil
: nascer em Pernambu-
co (a exemplo de Mário
Schenberg) ou se casar com
uma pernambucana (como
fizeram Lattes e ele mesmo).
Bernardes tinha sete fi-
lhos. Morreu no domingo em
Campinas, no hospital, de
pneumonia. Tinha 76 anos.
PÁG.: C4