do morto." Segundo Jaiminho, a ausência na partida dos pais
alimentou o desejo de ver como era um funeral, como uma
pessoa desaparecia debaixo da terra. "Quando papai e mamãe
morreram, lá na Bahia, eu já morava aqui no Rio e não consegui
dinheiro para ir" Para se despedir de Irma Dulce, no entanto,
foi patrocinado "Um cara que eu não posso dizer quem é, disse
que me pagaria a passagem caso eu chegasse perto do corpo
e rezasse por ele." Não deu outra. Apesar da baixa estatura,
Jaiminho venceu a multidão e conseguiu dizer adeus pessoal
mente a religiosa morta em 1992. Ele lamenta, no entanto, não
ter ido ao enterro de Ayrton Senna. "Estava com a passagem
para São Paulo comprada." Mas com a morte de seu fillio, dias
antes, foi proibido pela mulher de viajar. "Ela me trancou no
quarto e disse que se eu fosse o casamento acabava."
As aventuras de Jaiminho pelos cemitérios lhe renderamo
apelido de Caveirinha e viraram um museu sobre ele mesmo.
Nas paredes de um salão anexo a sua casa, ele colou milhares
de fotografias para mostrar sua história. É também a história do
pais, porque cada pessoa que morre é um pedaço do Brasil que
vai embora", filosofa. Por enquanto, a ideia fixa de comprar um
caixão foi vetada pela filha, mas o baiano, que traz no currículo
a participação como figurante em mais de 40 filmes nacionais
nos tempos da Atlântida, sonha alto com o dia de seu velório.
"Se Deus quiser, vai ser na Câmara dos Vereadores de Niló
polis.com mais de 20 mil pessoas. Minha familia, os amigos,
o governador, o prefeito, o presidente da Beija-Flor, o Cauby
Peixoto e a Ivete Sangalo Sou louco por essa baiana."
Abaixo, no ombro de Gilberto Gil durante o
enterro de seu filho, Pedro Gil. Depois, em sentido
horário, participa do adeus a Dorival Caymmi; ao
jogador Didi; ao sociólogo Betinho; a Cazuza
e ao ex-presidente militar Castello Branco
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