CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Jornal do Commercio - Recife
CLIPPING SEÇÃO: Caderno C
SERVICE DATA:
29/02/2008
Olivia Mindelo
oliviamindelo@ic.com.br
» POLÍTICA CULTURAL
Gil aposta no longo prazo
Acompanhando Mangabeira Unger, ministro Gilberto Gil defende papel estratégico da cultura no desenvolvimento
Hélia Scheppa/JC Imagem
passagem do ministro da Cul-
Gilberto Gil pelo
tura
Recife,
ontem), se resumiu a um único pro-
pósito: acompanhar Roberto Manga-
beira Unger, ministro de Assuntos Es-
tratégicos da Presidência
da Repúbli-
ca, na sua Caravana de Debates, vol-
tada
para a transformação e o desen-
volvimento do País a longo prazo.
Embora fosse grande a expectativa
dos gestores culturais, produtores e ar-
tistas do Estado por novidades, como
costuma acontecer sempre visitas do
chefe do Minc, a sua viagem à capi-
tal pernambucana não trouxe, desta
vez, nenhum projeto concreto, pelo
menos a curto prazo
"A participação da cultura nesse
processo não é setorial, mas transver-
sal e estratégica. Cultura não é ele-
mento ornamental, mas finalidade
básica. Por isso, estou acompanhan-
do Mangabeira nessa caravana, a
convite dele, inicialmente", reiterou
o discurso Gilberto Gil, em entrevista
coletiva realizada na quarta-feira à
noite, no Palácio do Campo das Prin-
cesas, onde também participou, jun-
to a Mangabeira, de uma reunião de
trabalho com o governador Eduardo
Campos pela tarde.
Luciana Azevedo, presidente da
Fundação do Patrimônio Histórico e
Artístico de Pernambuco (Fundarpe),
foi ao
i ao palácio para ajudar os alunos
do curso de animação Desenhando
culturas, estudantes de Santo Amaro,
a entregar um DVD com a amostra
de trabalhos que fizeram ao longo do
aprendizado - aliás, foram muitos
os presentinhos culturais recebidos
pelo ministro por aqui. "Tivemos difi-
culdade para falar com Gil, porque a
agenda é de Mangabeira", comentou
Luciana, que, mesmo assim, come-
morou o encontro dos alunos com
ministro. Ela adiantou que pretende
marcar uma vinda do ministro
Cultura ao Recife para
assinar o edi-
tal do Estado
que prevê a criação de
120 novos Pontos de Cultura em Per-
o
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ESTRATÉGICO Gilberto Gil (D) vê a cultura como finalidade básica e cita o exemplo dos Estados Unidos
nambuco. "Não vai poder ser desta
vez, não temos como conseguir mar-
car isso agora", lamentou Luciana.
Além do Palácio das Princesas, a
dupla Gil e Unger participou ontem
pela manhã de um encontro com
agentes culturais pernambucanos em
Olinda, na Faculdade Aeso. Mais de
250 pessoas compareceram à reunião
aberta, entre elas artistas, produtores,
gestores, professores e outros interes-
Segundo o ministro de Assuntos Estra-
tégicos, as transformações devem pas-
sar pelo viés da economia, da educa-
ção e da cultura - nessa ordem.
"A questão do desenvolvimento é
sados em marcar presença num even- uma questão cultural. E a cultura
to que não foi muito além de
tem um potencial econômico extraor-
abstratas no momento das
s palestras e
dinário
Não é à toa que é o primeiro
de reclamações e pedidos específicas item do PIB dos Estados Unidos”,
re-
forçou Gilberto Gil.
org
tarde, ambos seguiram para o
Bairro do Recife, onde lhes foi apre-
sentado, pela prefeitura da cidade, o
Plano do Complexo Turístico Cultu-
ral Recife/Olinda. Daqui, eles devem
seguir para outros Estados do País na
mesma caravana.
no
presente. A mesa oficial contou ainda
com as presenças de Luciana Santos,
prefeita de Olinda, e Luciano Siquei-
ra, vice-prefeito do
Recife, que se uni-
ram à causa de Gil e Unger em explo-
rar a cultura como um dos eixos das
mudanças brasileiras a longo prazo
Classe artística
marcou presença
em encontro
Entre os agentes culturais presen-
tes no encontro com os ministros Gil-
berto Gil e Roberto Mangabeira Un-
ger realizado ontem, na Faculdade de
so, em Olinda, marcaram presença
nomes da música, do cinema, das ar-
tes plásticas, da dança, do artesanato,
da cultura popular, além de outros se-
tores. Paulo André, produtor do Abril
Pro Rock e da banda Mundo Livre
S/A; Mônica Lira, diretora do Grupo
Experimental de Dança; Carlo Mélo,
artista plástico; Mariana Moura, gale-
rista; Mestre Salustiano; e o cineasta
Léo Falcão foram alguns dos que
compareceram ao local.
Nenhum deles, no entanto, falou
em público, no momento dos deba-
tes. A palavra ficou para nomes como
o da artista plástica e produtora Inês
Oludé, pernambucana radicada em
Bruxelas, na Bélgica. "Estou aqui por
acaso. Eu vim pedir apoio ao Minis-
tro da Cultura para a Bienal das Artes
Brasileiras de Bruxelas. Temos que
ajudar os artistas que moram no exte-
rior também", disse ao microfone a
realizadora da bienal. Gil ficou de
avaliar, ressaltando que uma das
maiores carências dos brasileiros que
vivem no exterior é justamente a fal
ta de contato com a sua cultura.
Artesãos, professores e até um juiz
discursaram em público, mais do que
promoveram um debate. O secretário
de Cultura do Recife, João Roberto
Peixe, também falou na ocasião.