Gilberto Gil
fala com exclusividade para outracoisa
por Adilson Pereira e Lobão. Fotos Cris Aspesi
uem procura no Governo Lula um exemplo de leveza pára e acha isso
invariavelmente em Gilberto Gil. A televisão já mostrou um
o
Q
porquê. Gil canta. Assim, parece que quebra barreiras facilita o
diálogo. Não foi diferente no encontro com a outracoisa, que aconteceu no
gabinete dele em Brasília na época mais quente das discussões - às vezes bem
tensas - sobre a transformação da Agência Nacional de Cinema (Ancine) em
Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual (Ancinav). De terno marrom todo
abotoado e unhas bem cuidadas como que esperando por um violão, Gil
GE LÉNIA
IA
recorreu a uma composição de Billy Blanco, "Estatuto da gafieira", para
embalar uma proposta que ouviu do cantor e compositor Lobão: que se crie,
depois da Ancinav, um projeto que cuide da produção musical em suas diversas
etapas.
O cantor-e-Ministro-da-Cultura, que administra por ano cerca de R$
1.000.000.000,00, falou com a equipe da revista, com exclusividade, por cerca
de duas horas. Acompanhado por seu assessor-chefe, o jornalista Sérgio Sá
Leitão, Gilberto Gil destacou, entre outras coisas, a importância do aspecto
econômico existente nas manifestações culturais. O encontro se deu numa
quarta-feira, antes de uma viagem do Ministro aos States. Em
Nova York, ele
participaria de uma reunião sobre o programa "Diálogo entre as civilizações", da
ONU, e faria uma palestra na New York University a respeito da diversidade
cultural e política na América Latina. Com a outracoisa, ele começou falando
sobre a aparição do ex-mutante Arnaldo Baptista no "Fantástico".