CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: Jornal do Brasil - RJ
Caderno B
10/02/2008
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LIBERDADE DE EXPRESSÃO
“A proibição é uma
desgraça única”
Gerald Thomas critica censura à arte
Em seu blog na internet
(http://geraldtho-
mas blog.uol.com.br/), o po-
lêmico dramaturgo Gerald
Thomas se mostrou indignado
com a censura à Escola de Sam-
ba Unidos do Viradouro, que
neste carnaval foi proibida de
desfilar um carro alegórico que
fazia alusão ao Holocausto. Es-
crevendo de Munique, Alema-
nha - país onde nasceu o na-
zismo - Gerald ressaltou que
estava se pronunciando como
artista, não como descendente
de judeus. O autor lembrou
que metade da sua família mor-
reu nos campos de concentra-
ção, mas que nem por isso po-
dia concordar com censura
Para ele, a liberdade de ex-
pressão está acima de tudo
"Deixa os caras falarem e
mostrarem o que querem. De-
pois, a gente fala o que quer
deles. Nao é assim que deveria
ser?????? Censura NÃO!!!", es-
creveu Gerald.
O dramaturgo conta que a
comunidade judaica não agiu
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corretamente ao vetar a ale-
goria: "A PROIBIÇÃO é uma
desgraça única. Ela não deveria
vir JAMAIS como iniciativa de
uma entidade judaica. Não de-
veria JAMAIS existir como um
pensamento ou ser instituído
como tal por um governo que
quer se dizer livre e que diz ter
intelectuais no governo que fo-
ram, eles mesmos, vítimas da
DITADURA MILITAR, por THOMAS - "Deixa os caras falarem e mostrarem o que querem"
terem expressado suas opi-
niões"
Gerald lembrou os tempos
do tropicalismo, quando os
cantores Caetano Veloso e Gil-
berto Gil sofreram com a re-
cepção furiosa de uma parte da
platéia do Festival da Canção da
Record de 1968
“Caetano e Gil estavam no palco
do Tuca em São Paulo e levaram
vaias da extrema-direita em 68,
antes da prisão e do exílio forçado
em Londres. É PROIBIDO PROI-
BIR pode soar concretamente poé-
tico, metalingüisticamente genial,
mas é, antes de mais nada, uma
profunda realidade", escreveu.
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