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CLIENTE: Gilberto Gil VEÍCULO: A Tribuna - Santos CLIPPING SERVICE DATA: SEÇÃO: Galeria 24/06/2008 SIMPATIA. Admirador da música brasileira, ele compôs canção em homenagem aos 50 anos da bossa nova Cantor norte-americano esteve em Santos pela quarta vez e só fez elogios à cidade, enaltecendo as praias. Ele diz que adora observar a paisagem santista da janela do hotel Billy Paul dribla a idade com trabalho bom humor e muito JOSÉ LUIZ ARAUJO DA REDAÇÃO Em breve ouvirernos uma ho- Saiba mais menagem ao cinquentenário da bossa nova feita por um ar- Eleições tista que, em mais de 40 anos de estrada, compôs só 'umas dez" músicas, portanto, um luxo tanto oferecido ao movimento que começou no Brasil e ganhou boa parte do mundo. Billy Paul, 73 anos, que recentemente esteve na Cidade, contou a novidade. Aliás, fez melhor, com seu inseparável dise-man, mos- trou parte da canção. " Devo gravá-la até o final do ano. Está ficando bonita, não é?". Bem-humorado, por vezes hilário, o artista norte-americano está em plena forma, tanto que, pro- vocado, sem microfone can- tou algo, mostrando que os anos não prejudicaram a voz que encantou o mundo com músicas como Me And Mrs Jones e Your Song. "Tenho cuidado com a voz, faço exercícios com uma fo- noaudióloga, que atende Ma- donna e Leonel Ritchie. Parei de fumar e de beber coisas fortes, como caipirinha, infe- lizmente (disse com um largo sorriso). Agora bebo vinho e uso própolis brasileiro. E faço ginástica na academia três ve- zes por semana. Eu poderia até me aposentar". A entrevista com Billy Paul não ficou restrita a música. Ele fez questão de falar sobre as eleições presidencias nos EUA. "Minha familia é democrata, mas não é por isso que voto em (Barak) Obama, muito menos por ele ser negro. Gosto de suas propostas e também sou radicalmente contra a Guerra do Iraque, que se mostrou uma fraude. PÁG: D-1 Billy Paul conta que a ho- menagem à bossa nova tem sentido, já que adora Tom Jobim, a quem reverencia como mestre, e oferece o mesmo respeito dedicado a Frank Sinatra. Sobre João Gilberto (outro icone do ge nero), conta que não o en- contra muito. "Não vou com frequência a Nova Iorque". GARIMPO Por onde passa, o cantor nor te-americano diz que faz questão de ouvir a musica lo- cal, para conhecer os novos talentos. É uma forma de atualizar seus contatos e ga- rimpar um potencial sucesso. "Não sou compositor, só fiz Bush-filho é o pior presidente que os EUA já tiveram e McCain será a continuidade. Você sabia que Bush foi a um show do Stevie Wonder e ficou acenando para o artista. É verdade! Mostra o tamanho da dele. Creio que Oba ma pode vencer. Dependerá da escolha do seu vice-presidente e da equipe de trabalho umas 10 músicas. Sou cantor, mas exigente. A música preci- sa se adequar ao meu estilo, cair bem em minha voz e ter letra e melodins encantadoras Em sua quarta passagem por Santos, ele diz que teve bons motivos para retornar, como a boa receptividade do público e as praias. "Gosto de poder ver o mar janela do ho tele de caminhar por ela. Além do mais é a terra de Pelé". Da nossa música, ele faz saudação especial a Maria Be- thânia. Da atualidade, está encantado com a filha de Elis Regina (Maria Rita). Eu era fa da mãe e acho que ela po- derá atingir o mesmo nível. Fui também muito amigo de Frase "Engana-se quem acha que eu fico na cadeira de balanço. Ainda há muito trabalho e amo o que eu faço" Billy Paul, cantor Tim Maia e me dou muito bem com Jorge Ben Jor e Gil- berto Gil, portanto, conheço bem a música brasileira". APELO SEXUAL Billy Paul tem em sua prate- leira algo muito cobiçado e estimado no showbiz: um Grammy, ganho com Me And Mrs. Jones. "Esse troféu coloca pressão sobre você, que percebe que precisa ser sempre consistente ou cairá no esquecimento. Mas é óti- mo ter um desses" Uma segunda estatueta bem que poderia ter sido ga- nhac Your Song, que co- locou todo mundo para dan- çar. "O Elton John (autor) gravou em forma de balada - e ficou linda - e eu, em formato bem dançante. Ele me ligou dizendo que tinha gostado muito. Se gosto mais da dele ou da minha? Da minha. Sou bobo? O artista entende que há muita gente boa espalhada pelo mundo, mas que não te- ve chance. Os que tiveram e não souberam aproveitar ou realmente não tinham talen- to para prosseguir. "O pior é que hoje dia, na música, há mais apelo sexual do que ta- lento para letra e melodia. Essa exigência da indústria me deixa desgostoso Para quem pretende tri- lhar o caminho dos palcos, Billy Paul dá um conselho: ter um empresário. "O ar- tista precisa ter um, mas que seja realmente bom. Significa alguém ao seu la- do para dizer o que o can- tor precisa ouvir, não o que ele quer ouvir".