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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
  • Transcrição:
    FAMA E ANONIMATO Posou nua para um ousado ensaio fotográfico feito por Marisa Alvarez Lima, exposto no MAM, em 1978 44 J.P JUNHO 2008 Passeavam por Roma num Rolls-Royce e jantavam no Taberna Flavia, desde sempre o restaurante dos artistas. Na mesa vizinha, não raro, estavam Liz Taylor e Richard Burton. Aliás, diz a lenda, foi lá que Liz quase morreu en- gasgada com uma espinha de peixe. Namoradeira desde sempre, Rejane teve affairs com alguns músicos brasileiros que passaram por lá: Jorge Ben, Toquinho, Gilberto Gil. Com o rei Roberto Carlos, também. Foi ela quem realizou um dos sonhos do cantor: ser apresentado ao seu ídolo João Gilberto. A amizade de Rejane com João é eterna: “Sempre tive segurança afetiva com ele, amigo de todas as horas”, confessa. Freqüentadora dos festivais europeus, seus filmes rea- lizados aqui eram lá apresentados. Ao de Cannes foi com Adriana Prieto - uma das melhores atrizes que o Brasil já teve -, que cedo faleceu. Esticaram para Saint-Tropez. Aprontaram. Thelma e Louise perdem. E Rejane a apresen- tava como irmã. Adriana, loiríssima, nascida na Argentina, e a ela, morena do sertão. Irmãs eram, mas só de alma. Rejane foi Electra, no filme Kairy Bihara, rodado no Egi- to. Assinou um bom contrato com Valerio Zurlini para fil- mar A Vida de São Paulo, ao lado de Silvana Mangano e Te- rence Stamp. Mais uma decepção: a produtora faliu. Mais aditivos. Baladas e barbitúricos sem ter fim. Foi para o festival da Checoslováquia, onde Soledade, de Paulo Thiago (baseado no romance A Bagaceira, de José Amé- rico), concorria. Rejane era Soledade. Foi muito elogiada e, mesmo assim, nada. A insegurança continuava e os aditivos também. "Tinha de zerar tudo e aí disse: "Vou zerar no Brasil'. Saí tão desesperada que deixei todo meu material no aero- porto. Estava muito difícil. Peguei o avião, desorientada com- pletamente. Cheirando, bebendo, misturando. Na realidade não agüentava mais viver num mundo irreal, à base de com- primidos, para me ligar e, depois, desligar.” No Brasil foi convidada para protagonizar A Intrusa. Nes- sas, suas asas já estavam meio bambas. Como ainda havia tempo para começar a filmagem, a easy rider se mandou para o México. Conheceu Dennis Hopper, que tinha lá uma produtora. “Namoramos dois meses, um relacionamento bacana. Ele até pensou em fazermos algum filme juntos, mas eu estava morrendo de saudade do João Gilberto. Pre- cisava do apoio dele. Continuava desorientada.” Ficou alguns dias com João, em Nova York, mas pre- FOTOS: MARISA ALVAREZ LIMA
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