MÃE DE
TODOS
LUIZ FELIPE REIS E MONIQUE CARDOSO
FOTOS
DANIEL RAMALHO E RAFAEL MORAES
NÃO É PRECISO LAÇO DE SANGUE PARA DERRAMAR DEDICAÇÃO
MATERNAL E A CIDADE ESTÁ REPLETA DE EXEMPLOS ASSIM
Q
uantas vezes, pelo reconhecimento da de-
dicação do outro, a gente não disse a co-
nhecida frase: "Você é uma mãe para mim"?
O comportamento maternal presente em boa
parte das mulheres e em muitos homens, por que não,
merece todas as homenagens neste Dia das Mães. A
relação mãe e filho é daquelas que vai além dos laços de
família e de sangue. Chefes, amigos, colegas de trabalho,
vizinhos e professores alagam, aconselham, protegem,
ajudam a resolver problemas de toda ordem, a pagar
contas, a curar aquela dor de cotovelo. E mais: se
intrometem onde não são chamados, dão broncas e até
puxões de orelha. E quando os que vivem sob suas asas
passam um tempo sem aparecer ou ligar, são chamados
de... ingratos. Claro, claro.
A produtora Flora Gil, as empresárias Simone
Orlean e Vera Moreira, a professora de piano Myriam
REVISTA DOMINGO
Daueslberg, o diretor de teatro João Falcão, o booker
Serginho Mattos e o advogado João Luiz Cunha são
dessas mãezonas para um monte de gente. Mas a cidade
está cheia delas, ou deles. João Guilherme Ripper anda
sendo chamado de "a mãe da música clássica", pois
recebeu em sua casa, a Sala Cecília Meireles, todos os
órfãos do Teatro Municipal. Elisa Lucinda acolheu um
monte de jovens versadores em sua Casa Poema. O
Doutor Claudio Crispi já adotou dezenas de pacientes
que chegam ao Instituto Fernandes Figueira para
tratamento de endometriose, pagando do próprio
bolso remédios para várias delas. Ah, dona Carmem é
uma mãezona para os garçons da Confeitaria Co-
lombo. Aos 90 anos, ela bate ponto lá duas vezes por
semana para dar aulas de inglês para eles. Ai deles se
não fizerem o dever de casa e não forem educados com
as visitas.
Hide TranscriptShow Transcript