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CLIENTE: Gilberto Gil
VEÍCULO: A Tarde - Salvador
SEÇÃO: Caderno 2
DATA:
26/06/2008
ÁLBUMI Depois de ser lançado pela internet
no mês passado, o novo trabalho de inéditas
de Gilberto Gil chega às lojas em formato CD
Nova idade,
novo disco
e nova
inspiração
LAURA DANTAS
Idantas@grupoatarde.com.br
mas, através do site www.banda-
largacordel.com.br, é possível
acompanharodia-a-dia do artis-
ta no backstage e nos palcos in-
ternacionais, registrado em vi-
deos.galeria de fotos e numa ses-
são de últimas noticias.
Gilberto Gil comemora hoje 66
anos em plena turné internacio-
nal. Ontem ele se apresentou no
Nokia Theatre Time Square, em
Nova Iorque, e só deve retornar
ao Brasil no final de julho, depois INQUIETAÇÕES - O título do
de passar por cidades da Europa disco, que dá nome a uma das
canções, fala de um "alargamen-
e da América do Norte. A mara.
tona de shows é para divulgar o todas bandas no sentido técnico
novo trabalho, Banda Larga Cor- e poético", enquanto a palavra
del que acaba de ser lançado em cordel se refere a um "género am-
CD, distribuído pela Warner Mu-'plo de poesia". Versos extensos,
sic para 24 países.
As 16 canções do disco, dispo-
nibilizadas na internet para au-
dição desde o mês passado, que-
bram um jejum de 11 anos desde
que Gil pôs no mercado o então
inédito álbum duplo Quanta
(1997). De lá para cá, ele se ocu-
pou apenas de projetos fonográ
ficos paralelos, entre os quais, a
trilha do filme Bu, Tu, Eles (2000).
o disco tributo a Bob Marley
Kaya n'Gan Daya (2002) e o
CD/DVD comemorativo dos 40
anos de carreira, Eletracustico
(2004).
quase em prosa livre, dão a toni-
cada proposta que agregaritmos
nordestinos, reggae, samba e até
rock. Gil se atém a assuntos re-
correntes no mundo contempo
ráneo tais como sexualidade
(Despedida de Solteira), moral
(Os Pais), privacidade (Olho Md-
Bico, automação (Mdquina de
Ritmo) e inclusão digital (Banda
Larga Cordel), além, é claro, das
questões filosóficas de praxe.
Em canções como Oco do
Mundo, canta o oco do mundo
vem/ Se aproximando de mim o
oco do mundo então! Já no meu
interior. Já em Não Tenho Medo
da Morte, discorre, sem freios, so
Oshow Banda Larga Cordelso
chegará ao Brasil em agosto,
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Homenagens afetivas, como Cano - feita para a
mãe de Caetano Veloso -, e encomendas, como la
Renaissance Africaine, estão entre as inéditas.
com fragmentos, o que hoje é a
linguagem corrente" afirmou
ele, que pela primeira vez não se
preocupou com a ordem das fai-
xas do disco. "Não há uma ordem
propriamente, não vai haver no
mundo prático" considerou.
Aliás, a partir de palavras co-
mo "fragmentação", "abertura" e
"recombinação", Gil tem se mos-
trado, há algum tempo, um entu-
siasta das novas tecnologias e da
flexibilização da propriedade in-
telectual. Isso, entretanto, não o
livra de alguns críticos mais im-
placáveis que apontam um certo
descompasso entre o discurso ea
prática do ministro artista. Gil
no entanto, parece não se abalar
com as ressalvas. Ao responder,
por exemplo, a um jornalista que
O DITO E O FEITO - Há pouco questionava a sua adesão tímida
mais de um mês, em entrevista a licenciamentos alternativos
coletiva virtual, Gil conversou
como o Creative Commons, foi
por mais de duas horas com jor impassível: "Não acho prudente,
nalistas do mundo inteiro e, na não tenho tempo para fazer uma
ocasião, fez uma ponte-até certo coisa desse tipo. As formas de
ponto justificável - entre o movi- distribuição ainda requerem, de
mento cultural que liderou no fi- certa maneira, que você siga pa-
nal dos anos 60 e os dias atuais. drões anteriores"
"São tempos irremediavelmente Em 2006, ao anunciaro lança
tropicalistas, porque o tropicamento do álbum Gil Luminoso,
lismo era a capacidade de operar gravado em 1999 e idealizado pa-
'
Entre as resgatadas, figuram A Faca e O Queijo,
feita para a mulher, Flora Gil, e Samba de Los
Angeles (do álbum Nightingale, de 1969)
bre a finitude: Sofrerei quem sabe
um choque/ Um piripaque, um
baque Um calafrio ou um toque
Coisas naturais da vida! Como
comer, caminhard Morrer de mor-
te matada/ Morrer de morte mor-
ridal Quem sabe eu sinta sauda-
de, hein/ Como em qualquer des
pedida. O tema, que hoje certa-
mente aparece como um contra-
peso considerável na balança
dos anos vividos por Gil, vem, pe
lo menos, desde 1969, quando
ele destilou versos do tipo Cére-
bro eletrônico nenhum me dá so-
corro/ No meu caminho inevitd-
vel pam a morte.
Remodeladas, as inquieta-
ções do artista, ao longo dos anos
ea margem da política, parecem
partir de um mesmo ponto, pro-
jetadas numa poética que patina
entreoenlevo e a negação. Eoca-
so de Máquina de Ritmo que ce-
lebra o avanço tecnológico, ao
tempo em que se assusta com
seus efeitos. Em 67, essas sensa
ções contrárias eram presentes
na obra de Gil, como em Lunik 9,
na qual reflete sobre as conse-
qüências da corrida espacial.
O ministro artista
festeja aniversário
e CD de inéditas
ra integrar o livro homônimo do
escritor Bené Fonteles, o atual
ministro da Cultura chegou a de
clarar que estava deixando de
ser profissional da música". Já na
coletiva do novo trabalho, anun
ciou: "Agora, estou retomando o
processo criativo. Sei que não
vou ser ministro a vida inteira". A
retomada da inspiração do com
positor baiano não deixa de ser
um alento para os que ainda não
se conformavam com a longa
pausa de inventividade musical
de Gilberto Gil, imposta pelas
obrigações ministeriais,
Banda Larga
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Noticia integrada: Ouça
músicas do novo disco de
Gilberto Gil na programação
da A TARDE FM (103.9 mhz)
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