vimentos. Hoje ela quer falar, porque tem do que fa
lar. Ela é a mais explorada das trabalhadoras entre
os explorados negros, mulheres e brancos.
A luta contra o quesito "boa aparência", con-
tra a imagem da mulher negra veiculada pelos meios
de comunicação e nos livros didáticos; o repúdio e
a denúncia da esterilização de mulheres faveladas
e da sua utilização como cobaias para medicamentos
condenados ou em estudo; o resgate da identidade ra
cial, através da valorização da sua negritude;
luta para que ela seja respeitada intelectualmente
e afetivamente, não devem ser bandeiras apenas da
mulher negra ou do movimento negro, mas de toda
sociedade que luta por mudanças reais no
brasileiro.
a
a
cenário
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AXE!
MULHER NEGRA: Alguns dados estatísticos
(Censo IBGE - 1980)
90% das mulheres negras concluíram o curso
primário.
1% chegou à Faculdade.
48% de todos os analfabetos brasileiros
são mulheres negras; quase a metade das mulheres
negras do País.
62,7% recebem até um salário mínimo.
Cerca de 80% das empregadas domésticas são
negras.
O homem negro recebe um salário de 29,5 a
72% mais que a mulher negra.
Segundo o IBGE-83 apenas 17% das trabalha-
doras brasileiras têm carteira assinada.
Nos últimos 20 anos apenas 10% das traba-
lhadoras brancas permaneceram no campo, enquan
to que a porcentagem de bóias-frias negras fi-
cou em 35%.
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