Essa obra pertence a um conjunto de 30 xilogravuras do artista multimídia Otávio Roth (1959-1993), que expressam graficamente o conteúdo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). A série levou dois anos para ser concluída, sendo cada peça impressa em papel artesanal confeccionado pelo próprio artista. Movido pelo desejo de democratizar o acesso à Carta, Otávio Roth sintetizou sua mensagem em obras gráficas que facilitam a compreensão e memorização de seu conteúdo.
Roth foi o primeiro artista convidado a expor em vida nas Nações Unidas. Suas gravuras estão em exposição permanente nas sedes da ONU em Nova Iorque, Genebra e Viena desde 1981. Além da série em inglês, o artista produziu outras séries em japonês, francês, espanhol, português, norueguês e dinamarquês, em técnicas tão diversas quanto crayon, aquarela e pulp painting.
Descrição da obra
Quadro retangular na vertical, com fundo branco e riscos magenta. Acima o desenho estilizado de uma pessoa verde de braços abertos, com um livro aberto sobre a cabeça. Abaixo do desenho, a transcrição do artigo 8 da Declaração Universal dos Direitos Humanos em inglês, em letras magenta: "Everyone has the right to an effective remedy by the competent national tribunals for acts violating the fundamental rights granted him by the constitution or by law."
Artigo 8 (em português)
Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo para as jurisdições nacionais competentes contra os actos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Sobre o Artigo 8
O compromisso de conceder reparações eficazes para todos é uma parte intrínseca do sistema de provimento de justiça. Depois de duas Guerras Mundiais, os redatores da Declaração consideraram importante afirmar o princípio do acesso gratuito a tribunais justos — aos quais todos nós podemos recorrer se nossos direitos forem violados. A importância dessa garantia pode ser sintetizada pela fala de Jane Addams, segunda mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, (1931): “A verdadeira paz não é apenas a ausência de guerra, é a presença da justiça”.