A tradição portuguesa de revestimentos parietais interiores com azulejos de padrão ao longo dos séculos XVI e XVII, com pouca expressão na 1ª metade do século XVIII, viria a ressurgir aquando da reconstrução de Lisboa, após o terramoto que destruiu a cidade, em 1755. Criaram-se, então, os padrões ditos pombalinos, do nome de Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal (n. 1699- m. 1782), Secretário de Estado do Reino com D. José I (r. 1750-1777). Tratava-se de uma solução eficaz e de baixo custo, com continuidade no reinado de D. Maria I (r. 1777-1816). Com maior evidência nos padrões pombalinos, retomaram-se, dispostos agora em silhar, os esquemas decorativos de rotação das formas e ritmos diagonais próprios à azulejaria portuguesa do século XVII. No geral, formavam-se pela alternância de um azulejo com motivo radial, um florão, e outro em reticula. Nesta época, as encomendas, tradicionalmente associadas à Igreja e à Nobreza, passaram também a ser efetuadas por uma nova clientela, uma burguesia promovida pelo Marquês de Pombal. No que à padronagem diz especificamente respeito, a produção iniciou aqui o caminho para uma total democratização que, na segunda metade do século XIX, a conduziu ao revestimento exterior de edifícios comuns. Coleção Graciete Rodrigues e Feliciano David.
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