Painel do antigo retábulo da capela-mor da Sé de Viseu (1501-1506).
Uma paisagem adormecida e uniformemente envolta em luz participa da cena, em primeiro plano, conferindo-lhe intensidade poética.
Numa magnífica composição definida por uma rigorosa linha diagonal, estabelecendo uma relação entre as figuras, Cristo dirige o seu olhar, numa expressão de acentuado misticismo, ao anjo que segura os instrumentos da Paixão. A dramatização da luz permite, uma vez mais, individualizar as figuras: enquanto ao longe soldados se encaminham no sentido de Cristo, para o momento sequente da prisão, os Apóstolos repousam envoltos numa luz intensa que parece emergir de um deles..
Em atitude de oração, olhando o anjo que surge do céu para o apaziguar, Cristo ocupa o centro do espaço da representação. No primeiro plano, no limite do campo figurativo, representam-se os apóstolos incautamente adormecidos. Ao longe, numa paisagem envolta na luz de transição entre a noite e o dia, figura o grupo de soldados que se encaminham no sentido de Cristo.
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