Floresta fechada

Courbet expressa-se através do realismo de compromisso social e político, mas também através de uma pintura mais “naturalista” pela observação directa da natureza. A sua principal preocupação era representar a verdade da Natureza.
Em 1844, expõe pela primeira vez no Salão de Paris um série de auto-retratos. Em 1855, as obras apresentadas pelo pintor para a Exposição Universal de Paris, foram na sua maioria rejeitadas. De modo a apresentar as suas pinturas, Courbet organizou a sua própria exposição e distribuiu o “Manifesto do Realismo”.
Em 2009, esta pintura foi alvo de investigação laboratorial, numa abordagem ao estudo dos materiais e técnicas, com a realização de exames como radiografia digital, fotografia de IV, fotografia à luz de UV e macrofotografia. Estas análises permitiram perceber que esta peça já tinha sido intervencionada, sofrendo uma reentelagem. A obra também sofreu operações de repinte, principalmente nos extremos da tela.
Através dos exames realizados foi possível perceber que a pintura foi executada a óleo e que os pigmentos usados são na sua maioria ocre. Foram também usados outros pigmentos como o azul da Prússia e verde de crómio (este último um pigmento das novas paletas, devido aos avanços da ciência e descoberta de novos minerais). Foram ainda encontradas camadas de tintas com cores que não são visíveis à superfície da camada cromática. Estas camadas estão mais próximas da tela, o que sugere a existência de uma pintura anterior sob esta e que o autor a podia ter reaproveitado para uma nova obra, o que era frequente em Courbet.
O óleo intitulado “Floresta Fechada”, assinado elo artista, apresenta uma paleta de cores reduzida mas característica de uma pintura naturalista, composta por uma gama de pigmentos ocre e de várias tonalidades de verde. Esta peça, ganha expressão também pelo tipo de pincelada que lhe confere bastante textura à superfície. O tema da pintura abrange uma visão naturalista, provavelmente de uma paisagem da floresta de Fontainebleau, dadas as semelhanças com a paisagem apresentada pela fotografia de Eugène Cuvelier (1837-1900), tirada em 1860, cuja obra inspirou várias pinturas de Courbet.