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Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil

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Brasil

  • Título: Documentos do Arquivo Pessoal de Gilberto Gil
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    OS 100 MAIORES 1 TOM JOBIM O maestro soberano da Música Popular Brasileira 128 ROLLING STONE BRASIL, OUTUBRO 2008 A sastoji se lanserida pelo content content or dele van de les Brasileiro de Almeida Jobim haverá de ser fas, onde tocou pra ganhar uns trocados, no início da Guanabara às idiossincrasias do jazz. do carioca da Tijuca-de-Ipanema, em vez de lembrar que ele queria ser um arquiteto, afirmar que ele foi o mais brilhante arquiteto das harmonias e melodias brasileiras. Tom Jobim, que chegou a cursar a Facul- dade de Arquitetura propriamente dita, edificou o que veio a ser chamado Música Popular Brasileira, termo vago e generalizante como todo rótulo, mais impreciso quando engloba a obra de um gênio que se notabilizou por descrever em sons o que nem as pa- lavras alcançam -a montanha, o Sol, o mar e outras maravilhas da arquitetura divina. Compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violonista com participação em mais de 50 discos, ele nasceu em 25 de janeiro de 1927, na Cidade Ma- ravilhosa que tanto descreveu, e morreu em 8 de dezembro de 1994, na Nova York que mordiscou a contragosto, para onde foi porque sua música tinha horizontes tão universais que se tornou indispensá- vel amplificá-la no centro do furacão mundial. Apesar de um dia ter afirmado que "fazer sucesso no Brasil é ofensa pessoal", por conta das críticas lo- cais ao refinamento de sua obra, igualmente taxada de americanizada, Tom nunca deixou de pensar em feijoada e caipirinha enquanto os donos do mundo The serviam champanhe e caviar e dançavam um som que nem era para dançar. Feito um "Garrincha de fraque", Tom encarava o mais suntuoso teatro grin- Aluno de Hans-Joachim Koellreutter e discipulo de Villa-Lobos e Debussy, arranjador da gravadora Continental, por onde lançou o primeiro sucesso, "Tereza da Praia" (1954), compositor das músicas da peça Orfeu da Conceição (em 1956, com letras de Vinicius de Moraes), Tom concebeu a trilha sonora da Pasárgada brasileira, o pais futurista idealizado por JK e traçado por Oscar Niemeyer, o campeão mundial de futebol de 1958 que, movido por cra- ques que subvertiam a lógica cartesiana dos joves- das-canelas brancas, se assemelhava ao genial João de Juazeiro (Gilberto do Prado Pereira de Olivei- ra), o craque que driblou a batida do samba para construir a bossa nova. João Gilberto tocou violão no LP Canção do Amor Demais (1958), de Elizeth Cardoso; Tom Jobim for- neceu as melodias e harmonias para este que foi o marco da bossa. João gravou "Chega de Saudade", em 1959; Tom fez os arranjos. E compôs "Garota de Ipanema", "Samba do Avião", "Só Danço Samba", "Ela É Carioca", "Insensatez", "Wave", "Águas de Marco", "Retrato em Branco e Preto", "Eu Sei que Vou Te Amar" e outra dezena de canções que car regam nos espaços silenciosos entre as vogais e as consoantes o mais sublime lirismo e o mais discreto suingue da música popular brasileira. Marcelo Feria
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