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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

Instituto Gilberto Gil
Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    Garden, Jardim Brutalidade, nalista da submissão ao dono santos, mortais, tendo certa saber mais das coisas, e incluir política mais importante coria Andrade, que no Pau Brasil, o de Chris professor de lite- jornal, é de ser con- ojeriza pelos filisteus como ele ratura Brazyleira, na Tulane tra a liberdade expressão. mesmo diz. Adoro ouvir Lula University de New Orleans. Brilha Maquiavel, quando acei- falar, principalmente em dire- Acho, diferentemente de ta aliança com Judas,como Dio- to como público como num tea- Caetano, que temos em Lula o nísios que casa-se com a pro- trogrego. É um de nossos maio- primeiro presidente antropófa- pria responsável por seu assas- res atores. Mais que alfabetiza- gobrazyleiro, aliás Lula é nasci- sinato como Minotauro, Ariad- do na batucada da vida, lula é do em Caetés, nas regiões onde ne. É realmente um transfor- um intérprete dela: a vida, o foi devorado por indios analfa- mador do Tabu en Toteme de que é muito mais importante uma eloquência amor-humor que o letrismo. Quantos erudi- gundo o poeta maior da Tropi- tão bela quanto a do próprio tos analfabetos não sabem ler cália, Oswald de Andrade, é a Caetano. os fenômenos da escrita viva gênese da história do Brazil. Essa sabedoria filosófica re- do mundo diante de seus olhos? Não éo quadro de Pedro Améri- flete-se na revolução cultural Eu abro meu voto para a li- cocomal" Missa a imagem fun- internacional que Lula criou nha que vem de Getúlio, de Bri- dadora de nossa nação, mas a com Celso Amorime Gil, para a zola, de Lula: Dilma, apesar decker da devoração que ninguém ain- política internacional. O Brasil achar que está marcando em da conseguiu pintar. inaugurou uma política de soli- não enxergar, nisto se parece CLIPPING SERVICE CLIENTE: Gilberto Gil VEÍCULO: O Estado de S. Paulo - SP SEÇÃO: Caderno 2 DATA: 10/11/2009 Artigo Tropicália, sob o signo de escorpião E José Celso Martinez Corrêa N o mesmo dia em que Caetano fazia sua entrevista de capa, muito belaco- mo sempre, no Ca- derno 2 do Estadão, o Ministro Ecologista Juca Ferreira publi- cava uma matéria na Folha na seção Debates. Um texto ex- traordinariamente bem escrito emtorno da cultura, como estra- tégia, iniciada no 1º Governo de Lula ao nomear corajosa e mui- to sabiamente Gilberto Gil co- mo Ministro da Cultura e hoje consolidada na gestão atual do Ministro Juca. Hoje temos pela primeira vez na nossa história um corpo concreto de potencia- lização da cultura brazyleira: o Ministério da Cultura, e isso seu atual Ministro soube muito bem fazer, um CQD em seu texto. Por outro lado, meu adorado Poeta Caetano, como sempre, me surpreendeu na sua inter- pretação de Lula como analfa- beto, de fala cafajeste, abrindo seu voto para Marina Silva. Nós temos muitas vezes in- terpretações até gêmeas, mas acho caetanamente bonito nes- tes tempos de invenção da de- mocracia brazyleira, que sur- jam perspectivas opostas, mes- mo dentro deste movimento que acredito que pulsa mais for- te que nunca no mundo todo, a Tropicalia. Percebi isso ao prefaciar a tradução em portugués crioulo = brazyleiro do melhor livro, na minha perspectiva, claro, escri- to sobre a Tropicalia: Brutality Lula começou por surpreen- der a todos quando, passando por cima das pressões da políti- ca cultural da esquerda res- sentida, prometeica, nomeou Cultura e Celso Amorim, que era macaca de Emilinha Borba, para o Minis- tério das Relações Exteriores, Marina Silva para o Meio Am- biente e tanta gente que tem conquistado vitórias, avanços para o Brasil, pelo exercício de seu poder-phoder humano, mais que humano. Phoderes que têm de sam- bar pra driblar a máquina per versa oligárquica, podre, do Es- tado brasileiro. Um estado oli- gárquico de fato, dentro de um Estado Republicano ainda não conquistado para a "res públi- ca". Tudo dentro de um futebol democrático admirável de cin- tura. Lula não para de carnava- lizar, de antropofagiar, pro Paísnão parar de sambar, usan- do as próprias oligarquias. Lula tem phala e sabedoria carnavalesca nas artérias, tem dado entrevistas maravilho- sas, onde inverte, carnavaliza totalmente o senso comum do rebanho. Por exemplo, quando convoca os jornalistas da Folha de S. Paulo a desobedecer seus editores e ouvir, transmitindo ADORO OUVIR LULA FALAR DIRETAMENTE COMO PÚBLICO, COMO NUM TEATRO GREGO PÁG.: D11 ao vivo a phala do povo. A inter- pretação da editoria é a do jor- nal e não a da liberdade do jor- nalista. Ai, quando liberta ojor- CAETANO-Na entrevista ao Caderno 2. chamou Lula de analfabeto e disse que votaria em Marina Silva dariedade internacional. Não mode Caetano, onde vou além aceita a lógica da vendetta, da do amar, vou pra Adoração, a ameaça, da retaliação. Propõe Santa adorada dos deuses. , com Caetano, a importância do Ministério da Cultura no Gover- no Lula. Nos 5 dedos da mão em FABIO MOTTA/AE o binômio Cultura & Educação. Quanto a Marina Silva, quando eu soube que se diz cria- cionista, portanto contra a des- criminalização do aborto e da pesquisa com células-tronco, pobre de mim, chumbado por um enfarte grave, sonhando com um coração novo, deixei de Fiz até uma cena na Estrela Brasyleira a Vagar - Cacilda!! para uma personagem, de uma atriz jovem contemporânea que quer encarnar Cacilda Be- hoje, defendendo este pro- grama tétrico. Gosto muito de Dilma, co- era de mudanças. "Amor Or- dem e Progresso."O amor gui- lhotinado de nossa bandeiravi- rou um lema Carandiru: Or- dem e Progresso, só. Apreendi no livro de Chris Dunn que os americanos cha- mam esta categoria de laços ho- mossociais, sem conotação di- reta com o homoerotismo, e sim com o amor a coisas co- muns a todos, como a sagração da natureza, a liberdade ea pai- xão pelo amor energia, santissi- ma eletricidade. Sinto que nes- sas duas pessoas de que gosto muito, Caetano e Dilma, as fi- chas da importância cultural estratégica, concreta, da Arte e da Cultura, do governo Lula, ainda não caíram A própria pessoa de Lula é culta, apesar de não gostar, ain- da, de ler. Acho que quando ti- verférias da Presidência vai de- dicar-se a estudar e apreender mais do que já sabe em muitas línguas. Até hoje ele não pisou no Oficina. Desejo muito ter es- te maravilhoso ator vendo nos- sos espetáculos. Lula chega à hierarquia máxima do teatro, a que corresponde ao papa no catolicismo: o palhaço. Tem a extrema sabedoria de saberrir de si mesmo. Lula é um escân- dalo permanente para a mente moralista do rebanho. Um cul- tivador da vida, muito sabido, esperto. Não é à toa que Oba- ma o considera o político mais popular do mundo. Caetano vai de Marina, eu vou de Dilma. Sei que como Lu- la ela também sente a poesia de Caetano, como todos nós, pois vem tocada pelo valor da criação divina dos brazyleiros. Essa "estasia", Amor-Humor, na Arte, que resulta em sabe- doria de viver rdo brasileiro: V1 da de Artista. Não há melhor coisa que exista! Lula faz política culta e com arte. Sabe que a cultura de so- brevivência do povo brasileiro não é super, é infra estrutura, Caetano sabe disso, é uma imen- sa raiz antenada no rizoma da cultura atual brazyleira renas- cente de novo, dentro de nósto- dos mestiços brazyleiros. Fico grato a Caetano ter me propor- cionado expor assim tudo que eu sinto do que estamos viven- do aqui agora no Brasil, que ho- je é um país de poesia de expor- tação como sonhava Oswald de igual brazyleiro canta: "Vício na fala Pra dizerem milho dizem mio Pra melhor, dizem mió Para telha, dizem teia Para telhado, dizem telado Evão fazendo telhado" Sampa, 6 de novembro, sob o signo de escorpião, sexo da ca- beca aos pés, minha Lua de Aria- no, evoéros! José Celso Martinez Correa ator, diretor e dramaturgo da Cia. Uzyna Uzona, sediada no Teatro Oficina, em São Paulo
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