Av.
CLIENTE: GILBERTO GIL
VEÍCULO:
SEÇÃO:
DATA: 11.02.2007
JORNAL DO COMMERCIO-RECIFE
SEGUNDA CAPA
PÁG: 02
FEIRA DE CARUARU, UM
PATRIMÔNIO NACIONAL
m clima de muita festa e com
direito a uma "palhinha", o
Gil, entregou ontem o título de Pa-
trimônio Cultural Imaterial Brasilei-
ro, categoria Lugar, à Feira de Ca-
ruaru. A solenidade ocorreu no lar-
go da feira de artesanato, uma das
13 unidades que compõem a mais
tradicional feira nordestina. O mi-
nistro, no seu discurso, destacou:
"É o Estado brasileiro reconhecen-
do o que a feira representa de nos
sa diversidade e se comprometen-
do a lutar pela sua preservação.
Lembrando o título de patrimônio
imaterial que também foi concedi-
do ontem, ao frevo, o ministro dis-
se que através de manifestações co-
mo a feira e o frevo, as diferenças
foram se tomando um só povo. Ao
final, não resistiu e cantou algumas
músicas, que dedicou à forrozeira
Marinês, que estava presente.
"A feira guarda marcas que de-
vem orgulhar todos nós e que de-
vemos valorizar. É o circuito dos
excluídos. Aqui não se tem precon-
ceito", destacou o governador de
Pemambuco, Eduardo Campos. O
prefeito de
Caruaru, Tony Gel, dis-
se que o título era um presente de
aniversário de 150 anos para a cida-
de. "Quero dividir com o povo de
Caruaru a alegria de receber este
presente no sesquecentenário da
cidade." Caruaru, na verdade, é
uma verdadeira "filha da feira,
que surgiu há cerca de 200 anos e
ganhou projeção nacional com a
música Feira de Caruaru, de Onil-
do Almeida, na voz de Luiz Gonza-
RECONHECIMENTO O ministro Gilberto Gil esteve ontem no Agreste, entregando à principal feira
do Nordeste o título de Patrimônio Cultural Imaterial
Brasileiro. Festa reuniu tendências políticas opostas
RENATO SPENCER JC IMAGEM
FESTA No palanque, o ministro Gil, o governador Eduardo e o prefeito
Tony Gel esqueceram as diveryências
José Queiroz. Do outro, os desta-
ques eram o prefeito da cidade, To-
ny Gel, e sua esposa, a deputada
estadual Miriam Lacerda, ligados
ao ex-governador Mendonça Fi-
lho, do PFL
Alto do Moura, centro de produ-
ção do artesanato vendido no lo-
cal
, são considerados bens associa-
dos. Em 1992 o evento foi transferi-
do das ruas do centro para o Par-
que 18 de Maio
ga. O prefeito entregou ao minis-
tro Gil uma peça de Manoel Eudó-
cio, um dos mais antigos artesãos
do Alto do Moura, remanescente
do grupo que surgiu com o mestre
Vitalino. Também entregou uma
foto da feira ao governador Eduar- Os trabalhos que resultaram na A história da feira se confunde
do Campos.
concessão do título começaram há com o surgimento da cidade. Am-
A solenidade reuniu tendências cerca de dois anos, quando técni- bas começaram a tomar forma a
políticas opostas. De um lado, cos do Iphan realizaram um dossie partir de 1872, quando foi construí-
além do ministro Gil e do govema- sobre o
e o evento.
1. A pesquisa contou
da, na então Fazenda Caruru, a
dor Eduardo Campos, estavam o
com entrevistas e análise de vários pela da Conceição. O proprietário
presidente do Instituto de Patrimô- documentos que contam a história da fazenda, José Rodrigues Je-
nio Histórico e Artistico Nacional da Feira de Caruaru. Foram os técsus, é considerado o fundador da
Iphan), Luiz Fernando Almeida;
onicos que catalogaram as 13 feiras, cidade. Beneficiado pela abundân-
presidente da Fundação Joaquim entre elas a de artesanato, flores, fa- cia do Rio Ipojuca, o local era pon-
Nabuco, Fernando Lyra; o vice-go- rinha, carne, ervas e da sulanca. A to de parada de vaqueiros e comer-
vernador, João Lyra, e o deputado feira de gado, origem de tudo, e o ciantes.