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Documents from Gilberto Gil's Private Archive

Instituto Gilberto Gil

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Brazil

  • Title: Documents from Gilberto Gil's Private Archive
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    mono- a retomada de grandes obras de infra- estrutura na Amazônia sem planeja- mento integrado; o licenciamento das usinas hidrelétricas no Rio Madeira; a expansão desordenada dos agro combustíveis; a expansão de culturas de eucalipto para a produção de papel 1 e celulose em imensas áreas: o apoio incondicional ao agronegócio exportador, o principal vetor do des- matamento. E, agora, a retomada do Programa Nuclear. Conclui-se que a prioridade deste governo é o crescimento a qualquer custo, ainda que sem o devido cuida- do com os impactos sobre as popula- ções e o meio ambiente, colocando o pais em um protagonismo perverso, contra a corrente das preocupações globais e locais. É essa fraca política para o meio ambiente que tem provo- cado tantos conflitos na Amazônia-a revolta da população contra os fiscais do Ibama ou a agressão dos indios caiapós ao funcionário da Eletrobrás no interior do Pará, como exemplos. "A saída de Marina do ministério demonstra que as causas ambientais estão, cada vez mais, perdendo força dentro do governo, principalmente quando se constata que a questão ambiental não é levada a sério. Lula Lula elogiou Marina Silva, mas a desautorizou publicamente dando a Mangabeira Unger a administração do PAS 58 ROLLING STONE BRASIL, JUNHO 2008 POLÍTICA NACIONAL e seus ministros sempre foram desen- volvimentistas a qualquer custo e esse distanciamento das questões ambien- tais acabou repercutindo na perda da ministra", escreveu o deputado fede ral Fernando Gabeira. Em dezembro de 2006, enfraquecida por uma disputa com a Casa Civil , que a acusava de atrasar licenças ambientais para a realização de obras de infra-es- trutura, a então ministra avisara: não estaria disposta a flexibilizar a gestão da pasta para permanecer no governo. Antes de deixar o ministério, afirmou que desde a reeleição de Lula projetos ção de áreas protegidas na floresta ama- zônica, haviam sido pratica praticamente para lisados - durante o primeiro governo do PT (2003-2006), foram delimitados 24 milhões de hectares verdes contra apenas 300 mil hectares em 2007. Re- centemente, agravaram-se as divergên- cias com a ministra Dilma Rousseff da Casa Civil pela demora da liberação das licenças ambientais pelo Ibama para as obras no rio Madeira, em Rondônia. Essa demora e o rigor na liberação das licenças foram considerados um blo- queio ao crescimento econômico. Marina Silva denunciou pressões dos governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cas- sol, para rever as medidas de combate ao desmatamento na Amazônia. Mas em 13 de maio de 2008, cinco dias após lançamento do Plano Amazônia Sus- o tentável (PAS), cuja administração foi atribuída ao ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, Marina Silva en- tregou uma carta de demissão ao Presi- dente da República - "jogou a toalha”, como disse o novo ministro, Carlos Minc - oficialmente em razão da falta de apoio à política ambiental. Agora, o futuro da Amazônia e da natureza bra- sileira corre o risco de virar uma árvore seringueira e sangrar aos poucos. Conclui-se que a prioridade deste governo é o crescimento a qualquer custo Guaribas (P), símbolo do Fome Zero, ANDRÉ Pessoa escreveu e fotografou a reportagem sobre o municipio de na RSIO (nov. 07). A Despedida Marina Silva disse: "Quem é forte e quem é fraco só se mede na história. E com certeza a história está a favor de quem está a favor da sustentabilidade da econo- mia e dos recursos naturais." "Foi uma saída pensada, madura, com intenção de constituir um novo pacto, em que a agenda ambiental saísse fortalecida. Não tenho dúvi- da de que isso aconteceu." "Na vida é assim, você não pode ficar gesticulando. Quando você percebe que não dá mais para fazer o gesto, você faz o ato. Talvez o ato tenha criado o fato, e nós temos agora a clareza de que la política ambiental não vai mudar. É fun- damental que possamos preservar os avanços e que não tenhamos retrocessos nessa politica." "Que ele [Carlos Mind possa contar com todo o apoio para consolidar as conquistas já existentes. O com- promisso ele já tem. Eu vou lutar para que essas conquistas sejam mantidas e que sejam ampliadas, sobretudo sobre como viabilizar crescimento com responsabilidade ambiental. Só mudei de endereço." A Chegada Carlos Minc disse: "A Amazônia não vai virar carvão." "[Marina foi] a melhor ministra do Meio Ambiente que o Brasil já teve." "A Marina não saiu pelos seus defeitos, mas pelos seus méritos." "Vou conversar longamente com o ministro Lobão. Para dizer que não sou Chapeuzinho Vermelho. E que as hidrelétricas são uma boa matriz. uma energia limpa, que o setor elé- trico pode ajudar a preservação." "Tive longas conversas com a ministra Dilma Rousseff e disse que nossa música será dois pra lá, dois pra cá: duas licenças, dois parques ambientais'. o desenvol- vimento vai andar, e a preserva- ção ambiental também." "Quem gosta do Raul Seixas vai lembrar da música. Não serei o carimbador maluco, o carimbador da improbidade administrativa. Podemos dar licenças mais ágeis e com mais rigor. Começar as várias fases do licenciamento ao mesmo tempo, suprimir as que não são tão importantes. Encurtar prazos. Já encomendei indices mais restritivos em relação à poluição atmosférica. Nossos padrões são frouxos em re- lação aos dos países desenvolvidos." "O ministério não pode ficar fora da política industrial do Brasil."
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