Iberê tinha um projetor 8 mm, colecionava filmes e projetava-os para amigos em seu ateliê. Antes dos filmes, passava um seriado de western (estrelados por Chaplin, Tom Mix, Ken Maynard, Elmo Lincoln, John Barrymore, entre outros), que era seu programa predileto. Em 1989, alguns desses que integravam sua filmoteca, como os seriados de cinema mudo, o motivaram a realizar uma série de desenhos.
"[...] Iberê começava a voltar-se aos filmes que havia visto na infância. Eram fitas de faroeste - veja você. Conversávamos pouco sobre cinema, e acho que o cinema não era muito presente no universo de interesses dele, até então. Mas o fato é que comprou um desses projetores de 8 mm, e começou a colecionar filmes que o haviam marcado na meninice. Ajuntou uma quantidade deles, com os grandes cowboys da história do cinema americano; fazia sessões em casa... [...] Em todo caso, Iberê não era um cinéfilo; tinha saudade daquele herói da infância... aquela figura mítica, rude, que lutava contra um clima inóspito, a hostilidade dos outros, a solidão."
CARNEIRO, Mario; SALZSTEIN, Sônia (org.). Diálogos com Iberê Camargo. São Paulo: Cosac Naify, 2003. p. 34-35.
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