Composição com conjunto de edifícios agrupados num intrincado jogo de planos. Um amplo pano de muro claro domina o lado esquerdo da composição, o seu limite superior traça uma oblíqua acentuada em direcção ao centro onde encobre parte de um torreão e se encontra com uma outra fachada. Entre ambos e ligando-os há um outro edifício em dois pisos cujos telheiros negros e respectivas sombras definem diferentes planos. A vegetação rasteira do primeiro plano bem como os elementos encostados ao muro à esquerda são menos trabalhados, parecendo inacabados, ao contrário do que acontece por exemplo nas barras da varanda à direita, nos telhados mais distantes e no beiral do torreão. Esses elementos mais detalhados enfatizam a articulação geométrica dos volumes e a intensidade da luz que sobre eles incide e focam o olhar no pequeno rectângulo azul por dentro da janela do edifício central, no qual toda a composição parece convergir. Esta obra vem sendo confrontada por alguns autores com a obra "Casa Rústica de Campanhã" de 1880 (Inv.109 Pin MNSR) por registar a insistência de Pousão em trechos de arquitectura muito elementares, mas que servem bem o propósito do exercício plástico que o artista pretendia e por outro lado porque evidencia a enorme mudança que, nos dois anos que separam as duas obras, o artista operou no seu modo de abordar o mesmo tema.