As florestas de Segall, cujas árvores não têm raiz nem copa, são suportes verticais
para a cor, mas não deixam de ser florestas. São florestas do pintor, em que
percebemos o olhar do artista voltado para suas recordações e para o interior
da própria obra. As florestas não indicam uma adesão formal à arte abstrata,
em voga no Brasil dos anos 1950, mas um retorno a uma de suas raízes, o Cubismo
figurativo. Nas florestas, mesclam-se as tonalidades cinza de suas lembranças da
infância passada nos bosques de Vilna, aos ocres cezanneanos e verdes-musgo, aos
marrons quentes e às cores da terra brasileira que ele admirava - “terra como cor
vermelha, excitante e melancólica”.