Man Ray demonstra pouco interesse em fotografar a natureza. O que o interessa nesse campo é a perda de escala que leva a uma percepção de monumentalidade; o close-up desnatura o objeto fotografado, tornando-o apto à digressão. Simples seixos se tornam, pelo viés da objetiva, montanhas de uma paisagem irreal, verdadeiras formas “anamórficas”, características de Jean Arp. Como, de fato, não pensar nas esculturas deste artista que se materializam precisamente em 1933? As Concreções são formas redondas, de superfícies polidas, que oferecem à luz vertentes favoráveis à fluidez das sombras. A fotografia Os seixos, de Man Ray, confere valor plástico a formas orgânicas, criando uma forma de comunhão com a natureza. Ela materializa o ponto de vista de André Breton, segundo o qual “a surrealidade estaria contida na própria realidade”.
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