Em Cavalo Dinheiro (2014), Ventura continua mergulhado no seu passado, procurando um sentido para a sua vida. Este é um filme que recupera certas convenções cinematográficas, porque o que interessa a Pedro Costa é projetar as imagens dispersas da memória, deslocadas no espaço e no tempo – e fá-lo precisamente a partir das várias potencialidades técnicas e figurativas do cinema. Deste modo, Pedro Costa cria um universo híbrido, tal como a nossa memória, fundindo o presente e o passado, Cabo Verde e Portugal, numa profusa simbiose de cores, jogos de luz/sombra e uma sonoplastia que parece transformar todo o espaço-tempo num sonho perene: um sonho por onde Ventura deambula, e que funciona como síntese das experiências vivenciadas pela sua comunidade, e também como arquivo da sua própria identidade. Vencedor do Leopardo de Ouro para Melhor Realização no Festival de Locarno de 2014.