Nicolas-Antoine Taunay
Rio de Janeiro, Brasil, 1816
Óleo sobre tela
64 x 58 cm
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Detalles
Título: Infanta María Isabel de Bragança, futura Reina de España
Descripción larga: D. Maria Isabel de Bragança (1797-1818), filha de D. João e de D. Carlota Joaquina, nasce no Palácio Real de Queluz, um ano antes do irmão, D. Pedro.
Rainha de Espanha (1816-1818) por casamento com o tio materno, o enlace religioso teve lugar em Madrid a 28 de setembro de 1816.
No retrato de Taunay a infanta tem pendente ao pescoço um medalhão oval com a efígie do seu marido, Fernando VII de Espanha (1784-1833). A assinatura do contrato de casamento é feita a 22 de fevereiro de 1816, com D. Maria Isabel ainda no Brasil.
D. Maria Isabel participou ativamente no projeto de transformação do edifício de Juan de Villanueva em pinacoteca (futuro Museo Nacional del Prado, em Madrid). O escritor e crítico de arte espanhol Pedro de Madrazo, no catálogo dos quadros do Real Museu de 1854, afirma que foi a rainha D. Maria Isabel quem sugeriu a ideia ao rei, incitada por pessoas ligadas ao mundo da pintura como Goya, sendo recebida com grande entusiasmo.
A notícia da morte da rainha, a 26 de dezembro de 1818, foi anunciada pela Gazeta Extraordinária de Madrid como “um dia de eterno e doloroso luto para a Monarquia espanhola”.
No dia 10 de março de 1826 morre D. João VI, sucedendo-lhe no trono D. Pedro, então Imperador Constitucional do Brasil. Tornava-se assim no novo rei de Portugal (D. Pedro IV), adotando, entre outras medidas, a de outorgar ao reino uma Carta Constitucional (29 de abril). No contexto do problema sucessório espanhol, intensificado ainda mais após a morte de Fernando VII, D. Pedro surge aos olhos dos liberais como a pessoa idónea para ocupar o trono espanhol, pela sua adesão à Monarquia Constitucional e pelos laços de parentesco com a Casa reinante em Espanha, enquanto sobrinho de Fernando VII. De facto, a partir de 1826 a ideia de ter D. Pedro como rei da Espanha já aparece nos propósitos dos exilados espanhóis. Uma chama de esperança liberal para a Península Ibérica – entretanto unificada desde o ponto de vista da postura absolutista dos seus monarcas – acendida pelas notícias que falavam da iminente chegada à Europa do Imperador constitucionalista do Brasil. Uma proposta unificadora que, por variados motivos, nunca se concretizou.