Este é um dos inúmeros retratos da pintora Lucy Citti Ferreira feitos por Segall, entre 1935 e 1947. Especialmente nesta tela, a figura feminina ganha uma dimensão grandiosa e um sentido de perenidade, à medida que se assemelha a uma estátua que o tempo desbastou. Os retratos de Lucy constituem uma série especial no conjunto da obra de Segall, são poemas líricos que exaltam não apenas a sensualidade feminina, que respira pelos poros, pelos cabelos, pela pele da pintura, mas também a beleza maior do ser humano em geral. É notável a dignidade que Segall dá às mãos da modelo, ora segurando um livro, tocando o acordeão, exibindo uma flor, ou simplesmente penteando os longos cabelos.