As esquinas, as ruas e os casarios estão quase sempre presentes nas xilogravuras de Oswaldo Goeldi e nessas cenas o silêncio, a solidão e um mistério sutil marcam presença. Essa gravura, onde duas figuras caminham numa praça deserta e iluminada, em destaque por uma cor azulada que preenche todo o centro da composição, foi uma das que representaram a obra do artista na I Bienal Internacional realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1951, marcando a importante participação do artista que o fez merecedor do Prêmio Nacional de Gravura, reconhecimento que o consagrou e impulsionou seu trabalho. Carioca de nascimento, filho do naturalista suíço Emilio Goeldi e da brasileira Adelina Meyer, Goeldi ainda muito jovem mudou-se com a família para Berna. Lá estudou desenho com Hermann Kümmerly e, anos mais tarde, em Genebra, frequentou os ateliês de Serge Pahnke e Henri van Muyden. Em Berna, na Galeria Wyss, Goeldi realizou sua primeira exposição e conheceu os trabalhos de Alfredo Kubin, um dos mais inovadores representantes da arte expressionista alemã, e que teve significativa importância em sua obra. Oswaldo Goeldi retornou ao Rio de Janeiro em 1919, onde continuou a investir em sua carreira artística, realizando e participando de exposições individuais e coletivas. Foi também professor de gravura na Escola de Belas Artes. É considerado um dos mais importantes artistas gravadores do modernismo brasileiro.