Matriculado antes no grêmio dos pintores de Antuérpia, a partir de 1494 Jan Provost estabeleceu-se em Bruges, maior centro de produção da pintura e da tapeçaria na Flandres da época, travando relações com a arte de Gerard David. Em 1520-21 teve contatos com Dürer em Antuérpia e em Bruges. As obras de Jan Provost são numerosas e representam um dos últimos momentos vitais da tradição flamenga, iniciada por Jan Van Eyck e por Rogier Van der Weyden antes da crise provocada pela assimilação das propostas renascentistas e maneiristas chegadas da Itália.
No painel da Casa Museu Eva Klabin, Nossa Senhora, vestida de vermelho e de azul, senta-se na frente de um alto encosto coberto por um pano verde, com uma coluna de mármore colorido, fechando a paisagem do fundo. A madona carrega no colo o menino Jesus, meio envolvido nas fraldas, que se inclina para tocar um livro apresentado por dois anjos. As vestes e as asas das duas criaturas são pintadas em cores vivas e preciosas. A imagem lembra o destino do Redentor que é o de realizar as profecias contidas nos escritos revelados por Deus ao longo da história do povo judeu. O conjunto é próximo a composições de Dirck Bouts, assim como as fisionomias dos personagens, que também podem ser comparadas a protótipos de Hans Memling, sugerindo que a cultura do autor do painel foi orientada pelos dois mais importantes sucessores da arte de Rogier van der Weyden entre Louvaina e Bruges no último quartel do século XV.
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