"Iberê descobriu na Rua Marquês de Abrantes, 4, fundo da Praça José de Alencar, no Catete, uma sala grande com seis janelas para a rua, justo o que procurávamos – e a antiga gafieira Flor do Abacate transformou-se no ateliê da 'Primeira escola de arte livre no Brasil', como a chamou o repórter do jornal Diretrizes. Logo juntaram-se a nós Maria Campello, Werner Amacher, Milton Ribeiro, Alcides da Rocha Miranda, Vera Bocayuva. Guignard havia decidido aceitar nosso convite e tornou-se nosso mestre. Na base da dedicação e amor à arte! Cada um contribuía com soma modesta, pagava-se o aluguel, os modelos e o que restava entregávamos a Guignard. E perto de um ano tivemos a dedicação daquele artista fino e sensível, cujo traço a lápis como um arabesco formava flores, árvores, pássaros; seus retratos ou naturezas-mortas fazem-me pensar em Matisse. Iberê como um artista que já tinha sido premiado no Rio Grande do Sul era nosso expoente. Em abril de 1944, com grande tristeza e desalinho, vimos partir o nosso mestre para Belo Horizonte. Foi o fim de nosso ateliê da Rua Marquês de Abrantes. Cada um procurou seu próprio ateliê e seu próprio mestre."
Trechos do depoimento de Elisa Byington para o livro Iberê Camargo, publicado pela Funarte, pelo Instituto Nacional de Artes Plásticas e pelo MARGS, em 1985.
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