O processo de criacção deste trabalho teve como base uma pesquisa documental fotográfica realizada no Porto, nos bairros de Contumil, Pasteleira, ilhas da Boavista e Lapa, bairros habitacionais em que as extensões ilegais das unidades habitacionais são comuns. A generalizacção da marquise, em Portugal, como anexo à arquitetura citadina e dos subúrbios, representa um detalhe de construção popular e clandestino, mas tem também uma leitura sociológica enquanto superacção de uma habitacção deficitária. A artista apodera-se destes materiais pobres e industrializados conferindo-lhes uma aplicacção plástica e escultórica, transformando-os numa proposta artística crítica sobre a sua envolvência social e económica. Estabelece também um jogo de ironia sobre o conceito de valor arquitetónico e a sua expressão no quotidiano dos cidadãos. (Emília Tavares)
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