Trata-se do retrato do poeta Pierre-Honoré de Beauveset (1714-1792), à data com cinquenta e um anos de idade, representado com grande realismo, como se se tratasse de um instantâneo fotográfico. Com o olhar atento e a cabeça em movimento, o poeta é captado a fazer um esgar, atitude que corresponde a uma tradução direta da natureza, na fugacidade de um momento. Ao contrário dos retratos de pose, habituais na época, os retratos de Lemoyne têm uma qualidade teatral única. No caso de Robbé de Beauveset, Lemoyne conseguiu traduzir determinadas características do seu carácter, nomeadamente a altivez e a ironia.
Lemoyne teve uma vida longa e de muitos sucessos. Não se limitou à arte do retrato, tendo executado também escultura monumental, infelizmente quase toda destruída durante a Revolução. Os bustos, pela sua dimensão mais reduzida, conseguiram resistir melhor ao vandalismo iconoclasta. Escultor oficial de Luís XV, entre 1730 e 1773, Lemoyne executou entre 130 a 170 bustos do Rei, a uma média de três a quatro por ano.
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