A pintura representa uma figura feminina, a mais de meio corpo, ligeiramente voltada à esquerda, com as mãos cruzadas junto ao ventre. Tem o cabelo apanhado atrás e usa um adereço perlado na cabeça. Enverga saia castanha, um corpete escuro com o decote direito e mangas largas com aberturas, que deixam ver a camisa branca com adornos dourados. Usa brincos com pérola lacrimiforme pendente, e uma cadeia com elos de ouro intercalados por aplicações com gemas incrustadas, presa à frente por um alfinete de peito.
O quadro integrou o acervo da Galeria de Pintura, figurando no catálogo de 1872 com o n.º 122. Segundo o testemunho do criado Pedro Dias, que acompanhou os arroladores judiciais dos bens existentes no Paço da Ajuda entre 1911 e 1913, a obra pertencia às coleções de D. Maria Pia, que a ofereceu à Galeria. A ser assim, fê-lo entre 1869 (data do primeiro catálogo) e 1872.
Conforme o Arrolamento, no início da década de 1910, estava colocada na Galeria de Quadros, tendo sido então inventariada com o n.º X''' 131. Terá passado para a Salinha Encarnada, após 1968. Em 2000, transitou para o Gabinete de Trabalho do Rei e, daí, para a Sala de Reuniões da Direção, onde se mantém.
A iconografia consultada permite sugerir, com toda a probabilidade, que se trata do retrato de Isabella Brant (1591-1626), primeira mulher de Peter Paul Rubens (1577-1640), podendo ser mesmo um trabalho da oficina do artista. Tal como, aliás, outros dois, em tudo semelhantes a este, pertencentes aos acervos da Mauritshuis (Haia - Holanda) e da Wallace Collection (Londres - Inglaterra), respetivamente, que propõem aquela identidade para a retratada, a oficina referida e as datas de execução aproximadas - 1620 no primeiro caso; 1630, no segundo.
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