Incluído numa vasta galeria de personalidades fixadas pelo pintor naturalista Columbano Bordalo Pinheiro, o retrato do seu irmão Rafael distingue-se como um dos mais representativos do artista. A grande dimensão da tela e a representação em corpo inteiro da figura são pontos diferenciais na generalidade da produção do pintor. A repintura da assinatura e data (no canto inferior direito) indiciam a existência da obra, pelo menos, desde 1890, quando da sua exposição no Salon do Palácio da Indústria, em Paris.
Sob uma austera tonalidade de influência espanhola, o registo formal impresso pelo traje de gala, chapéu alto, luvas e condecoração Legion d’Honeur é contrariado pela pose descontraída do retratado, segurando um cigarro, e pelo seu olhar vivaz, interpelante, conseguido por um notável realismo. Ao seu lado, folhas diversas, incluindo uma capilha da sua publicação humorística O António Maria, reconhecível pelo cabeçalho, onde Columbano esporadicamente colaborou.
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