Este retrato de uma aristocrata velada numa melancolia romântica, que as comissuras nas extremidades dos lábios pronunciam (note-se que as mãos ocultas concentram a atenção no rosto do modelo), pela naturalidade da pose e pelo tratamento pormenorizado de alguns detalhes da roupagem, é uma significativa aproximação a uma atitude realista, se bem que involuntária.
Pintura tonal que uma rosa de cor esbatida vem pontuar, como metáfora do modelo, conferindo-lhe um lirismo intimista até então pouco comum, será sem dúvida uma das obras que melhor exemplificam uma interpretação activa de um modelo romântico por uma sensibilidade realista não isenta de fascínio e cumplicidades. (Pedro Lapa)
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