Peça funcional e humorística que apresenta a popular figura do Zé Povinho a servir de tampa a uma pequena barrica. A personagem foi criada pelo artista no jornal A Lanterna Mágica, em junho de 1875, e viria a ter vida longa, de comentário político e social nas páginas dos vários títulos. Veio a passar ao barro, com idêntico sucesso, servindo de tema e decoração de faianças. Esta imagem do povo português, aqui representado fazendo o «Toma», gesto rude do manguito e a sua única arma de contestação, dá o título a esta caixa. O tratamento plástico da figura recorre ao vidrado para o traje, a barba e o cabelo, apenas pintando a pele. A mesma procura de semelhança com o real é aplicada na modelação e colorido da barrica, simulando materiais e formas de construir, num propositado registo etnográfico que faz parte do programa de identidade nacional do artista. A peça teve fabrico em série.
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