Fotografia de pormenor da Quinta do Roncão. Trata-se de uma propriedade de produção vitivinícola situada na margem direita da foz da ribeira das Canadas ou do Roncão, vale associado a vinhos de qualidade, nomeadamente os brancos, categoria pela qual toda a sua área foi inserida na demarcação de Feitoria de 1757 (FONSECA: 1949, 206). Fortemente atingida pela filoxera, esta propriedade foi comprada em 1893 pela Robertson, Bros & Co., tendo a firma alargado a quinta com a aquisição dos prédios circundantes (MONTEIRO: 1998, 44). A propriedade foi depois vendida pela mesma empresa a Edmundo Alves Ferreira, em 1951, mantendo-se na posse dos seus herdeiros.
Além das parcelas de vinha em socalcos pós-filoxera que se conservam na quinta, são de referir os conjuntos de socalcos e mortórios recolonizados com olival ou com vegetação arbustiva que se mantêm ao longo do caminho para Vilarinho de Cotas. Dentro da quinta sobressai a parcela situada abaixo do núcleo construído, atravessada por antigo caminho murado que ligava a margem do Douro à sede da freguesia, ao qual se fecha por portão de ferro com a data 22/09/1934 inscrita na ombreira.
Os muros, chegam a ultrapassar os 4 metros de altura, acompanham o traçado sinuoso da encosta, marcado pelas escadarias que se rasgam na parte central e meridional do conjunto. Note-se que os socalcos incluem geios mancos, de traçado circular, construídos de modo a incorporar os afloramentos de rocha e o desenho da encosta. A ligação entre eles é feita através de diferentes tipos de escadas de menores dimensões que a central, realçando-se as escadas de salta-cão. Salienta-se o muro de delimitação da parcela, com remate em pilha, e o sistema de drenagem composto por copeiros com bocas de saída salientes.
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