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Retrato de homem

Govaert Flinck1654

Casa Museu Eva Klabin

Casa Museu Eva Klabin
Rio de Janeiro, Brasil

A notável prosperidade adquirida por algumas cidades batavas impulsionadas por uma burguesia muito ativa nos tráficos coloniais, a vitória na guerra de independência contra a Espanha, que foi marcada pela conquista de partes do território brasileiro, inicialmente a Bahia e, a partir de 1630, de boa parte do Nordeste, que culminou com oito anos do governo do Conde Maurício de Nassau e o clima de substancial tolerância no campo religioso foram alguns dos fatores que provocaram o extraordinário florescimento da pintura holandesa do século XVII, reflexo de uma civilização única no quadro da Europa dominada pelo absolutismo católico das monarquias da Espanha e da França e do Papado de Roma. Ao eclipse da pintura religiosa, destinada à Igreja, e da pintura histórica e mitológica, dirigida à grande aristocracia, corresponde nos Países Baixos a fortuna do retrato e a difusão da pintura de costumes, gêneros colecionados não apenas pelas grandes famílias da burguesia, mas também pelos artífices e pelos ricos comerciantes. As fórmulas surgidas na Itália do século XVI para comemorar as virtudes dos príncipes e dos cortesãos foram transformadas e enriquecidas por alguns grandes artistas dos Países Baixos para exaltar os severos cidadãos da República das Províncias Unidas, que dominavam o comércio mundial da recém-fundada Bolsa de Amsterdã.
Govaert Flinck foi um dos mais renomados especialistas do retrato na sua época. Depois de ter sido aluno e colaborador de Rembrandt em Amsterdã, a partir de 1633 afastou-se gradativamente do estilo do mestre para adotar uma pintura mais artificiosa, influenciada pelas obras de Anthony Van Dyck e de outros artistas flamengos formados pela escola de Rubens em Antuérpia. Depois de pintar na década de quarenta um quadro alegórico para o Eleitor de Brandemburgo Federico Guilherme, que marcou a introdução de elementos do gosto barroco na Holanda, Flinck tornou-se o retratista preferido das classes sociais mais elevadas de Amsterdã e foi convidado para pintar na residência real, Huis ten Bosch, e para o novo município da cidade.
O grande retrato da Casa Museu Eva Klabin, depois do último restauro, revela novamente as brilhantes qualidades de colorista e de retratista que criaram o renome do pintor na sua época. A figura corpulenta, de traje negro com gola branca, é apresentada de três quartos, sentada numa cadeira. Segura uma folha de papel na mão esquerda e indica com a direita a mesa ao seu lado, repleta de papéis, onde está apoiado o chapéu preto e um candelabro de metal com uma vela apagada. O ambiente mostra várias estantes também cheias de livros e de papéis. Todos os elementos do ambiente aludem ao tempo consumido no trabalho e nos estudos. A vela apagada, símbolo do tempo, convida o observador a meditar sobre a fugacidade da vida e a necessidade de utilizá-la bem. A iconografia e o traje indicam que certamente o personagem foi um intelectual. No canto superior esquerdo da tela aparece um brasão figurando um cão preto correndo em campo amarelo, identificado como sendo da família Cloeck.
O personagem em questão poderia ser o jurisconsulto Pieter Cloeck (Amsterdã, 7/1/1585 - 5/12/1667), titular de um dos maiores escritórios de advocacia em Amsterdã em meados dos Seiscentos. Entre 1649 e 1667 foi “raad” (conselheiro) da municipalidade de Amsterdã. Em 1654, foi efetivamente retratado por Flinck.
Menciona-se também uma cópia deste retrato que teria sido adquirida pelo barão Van Pabst van Bingerden, na Haia.

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  • Título: Retrato de homem
  • Criador: Govaert Flinck
  • Data de criação: 1654
  • Local: Casa Museu Eva Klabin, Brasil
  • Local de criação: Países Baixos
  • Dimensões físicas: w110 x h134 cm
  • Idioma original: Português
  • Palavras-chave do assunto: Pintura
  • Tipo: Pintura
  • Colaborador: Casa Museu Eva Klabin
  • Meio: Óleo sobre tela colada em madeira
  • Fotógrafo: Sergio Zalis
Casa Museu Eva Klabin

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