Poeta, historiador, orador, romancista e filósofo, além de pintor, Pedro Américo foi um homem de muitos talentos, assim como de muitas contradições. Foi o artista que esteve mais diretamente ligado à pessoa e ao governo do imperador Dom Pedro II, por laços de amizade, gratidão e mecenato; ainda em 1890, foi também deputado do recém-instaurado regime republicano.
Ao lado de Victor Meirelles, Américo foi responsável pelas mais importantes obras históricas do período imperial no Brasil, como "O grito do Ipiranga" (Museu Paulista, São Paulo), "A batalha do Avaí" (Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro) e a "Batalha de Campo Grande" (Museu Imperial, Petrópolis). Realizou diversos autorretratos, tendo exposto um deles na Galleria degli Uffizi, em Florença. Este apresenta o artista quando ele já residia nesta cidade e possui as mesmas características físicas que seu neto e biógrafo, Cardoso de Oliveira, apontou quando escreveu que Américo era um tipo “genuinamente brasileiro, de mediana estatura, franzino, moreno e pálido, olhos e cabelos pretos, ar melancólico e sereno, rosto expressivo e caracterizado por largas sobrancelhas, basto bigode e uma inseparável luneta, tal é, em largos traços, o modesto aspecto físico de tão grande vulto”.