Este pintor da primeira geração naturalista, membro do Grupo do Leão e corresponsável pela divulgação da estética naturalista, foi um marinhista convicto, de tal modo esta temática foi prevalente na sua produção de paisagem. Nesta paisagem de amplos horizontes predominam duas grandes faixas horizontais correspondentes às áreas do areal e do céu, transversalmente interrompidos pelo plano de rio que se espraia à direita e pela outra margem que se eleva e marca a linha do horizonte. Ao barco representado no primeiro plano e no centro da composição é conferido um protagonismo de figura principal da composição. Nada mais invoca a faina da pesca ou qualquer outra atividade humana como seria espectável na tradição da pintura de paisagem naturalista quase sempre associada aos costumes e tradições nacionais. Como acontece com a maior parte das pinturas de João Vaz, também esta é uma obra não datada. A prevalência de gosto do pintor pelos temas da beira-mar e beira-rio ao longo de toda a sua carreira artística não nos deixa aproximar a uma data possível de execução: a opção de quase nunca datar as obras pode significar que essa marcação do tempo não seria importante para o artista.