O Comboio Real Português foi adquirido pela Companhia de Caminhos de Ferro do Sul para as deslocações da família real entre o Barreiro e Vila Viçosa. Esteve ao serviço desde o reinado de D.Luís I, entre 1861 e 1889. É composto pela Locomotiva a vapor D. Luiz, o Salão Maria Pia e o Salão do Príncipe. O mais antigo destes veículos, o Salão Maria Pia, foi encomendado à fábrica belga Compagnie Générale des Materiéls de Chemins de Fer, tendo sido concluído em 1858. Quatro anos mais tarde, em 1862, foi encomendada a Locomotiva D. Luiz à fábrica inglesa Beyer Peacock & Co, destinada a tracionar o Salão Maria Pia. Nesse mesmo ano, a locomotiva D. Luiz recebeu a medalha de ouro na Great London Exposition, onde esteve exposta. O Salão do Príncipe foi encomendado em 1877 à fábrica inglesa Ibbotson Brother Co. Limited. Foi uma prenda da rainha D. Maria Pia ao seu filho mais velho, o príncipe D. Carlos, no seu 14.º aniversário. Este comboio foi frequentemente utilizado nas deslocações da família real entre Barreiro e Vila Viçosa. Após a implantação da República, em 1910, foi resguardado e, assim, foi evitada a sua destruição.
A Locomotiva D. Luiz continuou ao serviço até 1923, efetuando serviços suburbanos. Em 1952, o Comboio Real foi submetido a um restauro profundo, no âmbito do Centenário da Inauguração dos Caminhos de Ferro Portugueses (1956), que permitiu novamente a sua circulação. A última viagem conhecida foi em 1966, na inauguração da eletrificação entre Campanhã e Ermesinde. Em 2010, foi restaurado e pôde viajar até a Holanda, para a exposição sobre viagens reais europeias no Museu Ferroviário de Utreque. Depois, regressou ao Entroncamento, onde hoje pode ser visto.
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