A quitandeira Sabina na Cruz – ou Sabina das Laranjas – virou símbolo de uma manifestação popular ocorrida em julho de 1889, em meio aos debates políticos que marcavam a Abolição, as críticas à monarquia e a propaganda republicana. A quitandeira vendia laranjas na porta da faculdade de medicina, na Rua da Misericórdia, onde era muito conhecida e querida. Seu tabuleiro foi fechado de forma truculenta pela polícia, no contexto de uma série de investidas para conter “classes perigosas”, ou, em outras palavras, cercear as atividades que dessem autonomia para a população negra urbana. A decisão gerou o protesto de estudantes e populares, que saíram nas ruas do centro do Rio de Janeiro em passeata.