Nos anos 30 acentuou-se em António Soares a herança formal e espiritual de Columbano. Neste Auto-Retrato a cor é contida e surda, destacando-se os brancos contrastantes da gabardina e a nota colorida do lenço vermelho. A composição de perfil, o gesto afirmativo e o símbolo do livro aberto evidenciam a ligação estabelecida por Soares entre a pintura e a literatura. As mãos estilizadas sublinham o maneirismo moderno formal do pintor característico da década. (Rui Afonso Santos)