Essa obra foi inspirada na história da Irmandade da Boa Morte e criada em honra ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro no Brasil.
Jess Viera (Jéssica Vieira da Fonseca), nascida em Gama/Distrito Federal em 1992, é artista visual, ilustradora e pesquisadora brasileira. É licenciada em Letras e pós graduanda em Estudos Brasileiros pela FESP-SP.
Ela é conhecida por suas representações do ser feminino, centralizando a figura da mulher negra brasileira e sua diversidade em suas criações, enquanto criadora de suas próprias narrativas, em cenários que remetem a natureza e sua conexão com a vida não-urbana e mais similar à de povos originários brasileiros, aproximando-se assim da sua própria origem territorial e de sua ancestralidade de avós negros e indígenas.
Jess começou a pintar com aquarelas como parte de um processo de investigação individual da influência de seu estado inconsciente na sua tomada de ações frente a vida e percepções da realidade, aos poucos incluiu experimentações com cerâmica, tinta acrílica e ilustração digital. Uniu ao processo artístico visual estudos de amefricanidades e sociologia, psicologia analítica, ludicidade e espiritualidade, formando assim um processo criativo mais intuitivo e passional, mas não menos atual.
E em sua obra (Irmandade viva), Jess Vieira trata do tema “Irmandade da Boa Morte” onde busca expressar a particular magnificência das mulheres pertencentes a essa irmandade. As irmandades negras representaram na história do Brasil um núcleo de resistência à escravidão tanto quanto os quilombos, contudo caracterizavam-se por figurarem organizações urbanas, católicas ou sincretizadas, que dedicavam suas existências a devoção religiosa e a solidariedade.
Em particular, a Irmandade da Boa Morte destacou-se por ser exclusivamente constituída por mulheres negras, onde inclusive eram organizadas compras coletivas de alforrias de membras que se encontrasse em situação de escravizadas. É através da irmandade da Boa Morte inclusive que tem se um registro geral da situação das primeiras trabalhadoras negras livres na história do Brasil.
Ainda hoje celebra-se as festas da irmandade em suas respectivas datas especiais, na cidade de Cachoeira, Bahia, local de nascimento desta.
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