A pintura foi executada em 1872, ano de realização do célebre «Impression, soleil levant» (Musée Marmottan, Paris). Embora apresente um esquema de composição possivelmente inspirado em Fantin-Latour («Mesa com Flores e Frutos», Museum of Fine Arts, Boston), que abordou o género dentro da tradição clássica, pode afirmar-se, neste caso, que se acrescenta ao tema um tratamento inovador. Esta conceção encontra paralelo na época em Édouard Manet, na obra «Natureza-morta com Melão e Pêssegos» (National Gallery of Art, Washington), de cerca de 1866, na qual o pintor procurou intencionalmente incorporar aos objectos inanimados o conteúdo subjetivo da sua apreciação pessoal.
Uma sequência ordenada de formas esféricas estrutura exemplarmente a representação - os frutos da estação estival estabelecem um diálogo cromático subtil com os objetos de porcelana chinesa cuidadosamente dispostos no espaço - e permite entender o conjunto como um discurso plástico coerente. A estética de ar livre, tão cara aos impressionistas, invade de luz toda a superfície da tela, conferindo-lhe, nessa medida, uma singular originalidade. É através da cor, porém, que Monet melhor expressa uma realidade que se destina, essencialmente, à apreensão pelos sentidos.
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