Animalismo e paisagem são dois vectores essênciais da visão imagética de Anunciação que, através dessas temáticas, impôs a sua "tranquila revolução". A paisagem limita-se a um cenográfico fundo, já estudada "no natural" mas realizada em atelier. Anunciação evoluía neste caminho, sobretudo após a única e breve estada em Paris já nos anos finais de uma elogiada carreira (1867). Terá conhecido os grandes animalistas franceses como R. Bonheur e sobretudo Troyon. A sua influência positiva transparece nesta pintura onde a luz adquire um sentido construtivo. Na abertura da pequena clareira à direita, a vista alarga-se e a pintura naturaliza-se. Numa das primeiras manifestações em Portugal da estética de Barbizon que só a geração seguinte retomaria com maior consciência e empenho moderno. (Maria Aires Silveira)
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