Evocação irónica e dispersa, que revela as contradições suscitadas no seio da sociedade e cultura portuguesas entre os novos modos ditados pelo desenvolvimento e o consumo – adoptados pela arte –, e a persistência de valores morais e ideológicos tradicionais. Acessórios e desperdícios da vida contemporânea e bilhetes postais, com claro sabor finissecular, servem para denunciar a abordagem hipócrita da sexualidade na época.
As relações amorosas idílicas são ridicularizadas a partir da desvirtuação, associação e decalque da imagem fotográfica e das relações entre a desordem justaposta e cumulativa de fragmentos de diversa procedência e os elementos picturais, de carácter gestual e expressivo, próximos de Rauschenberg e Kitaj. (Maria de Jesus Ávila)
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