Numa paisagem citadina destaca-se o Moulin Rouge, muito representado na época pelos artistas, como símbolo de uma boémia parisiense. Numa atmosfera nocturna, que o colorista habilmente trabalha, representam-se sensações daquela zona da cidade planificando a sua estrutura e marcando pontualmente a movimentação humana. Executada nos primeiros anos de novecentos, altura em que se estabelece em Paris como pensionista, revela uma clara influência de Claude Monet. A indefinição dos contornos ou o ecrã mediático entre o espectador e o motivo reflectem um tratamento com referências impressionistas. Numa tonalidade dominante de castanhos escuros surgem pequenas bolas vermelhas que orlam o moinho, manifestação de um gosto próprio pela valorização cromática de elementos da composição. O chão, entendido através de uma vaga e fina poeira de um amarelo terroso, aproxima-se da peça anteriormente analisada, Num jardim de Paris. (Maria Aires Silveira)
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