A imagem mais vulgarizada da obra de Malhoa, e de maior sucesso popular, é a da sua pintura dos costumes do povo português. O Xexé é uma figura cómica, maliciosamente utilizada pelo pintor, como crítica social e de costumes, reafirmando o seu inegável sentido de humor.
A festa pagã do carnaval também usa o riso como forma de expulsão e catarse: as ordens sociais são invertidas e as convenções sexuais, identitárias e comportamentais são momentaneamente suspensas – durante um curto espaço de tempo, vale tudo.
É um momento de uma catarse colectiva, que se pode ver neste cortejo de Carnaval, tendo na frente a figura do Xexé, registado através da aproximação directa do motivo, revela o movimento frenético através das pinceladas rápidas e soltas, sem preocupação da depuração das formas. O que importou a Malhoa foi a captação da euforia própria da festa, utilizando um cromatismo de tons quentes.
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