Esta obra pertence a um conjunto de "Ruas de Capri", uma série de oito pranchas de madeira com a mesma dimensão e características, realizadas pelo pintor na sua primeira estadia na ilha de Capri, em 1882. O pintor escolheu um trecho de escadaria íngreme como tema principal da composição. A partir de um pátio que se adivinha à esquerda, por onde entra a luz, arranca uma escadaria que tem, junto aos primeiros degraus, uma árvore e um vaso com arbusto. A escada está enquadrada entre dois muros: um à direita que se eleva em toda a altura da composição e, à esquerda, um outro muro que, além de fazer a divisão entre o pátio e o jardim do patamar superior, acompanha a escadaria até ao topo. No jardim, a meia altura, existe uma vegetação densa que, associada à folhagem da árvore do primeiro plano, faz as sombras que marcam presença em toda a composição. A luz intensa que se projecta da esquerda inunda parte da parede caiada, num branco luminoso. Por entre as sombras que transformam o branco da parede em manchas azuis e liláses o pintor faz vibrar a luz que passa através da folhagem, em breves pinceladas brancas. A composição completa-se com um apontamento de azul intenso que representa o céu, bem no alto da escadaria.