O Chocalheiro de Bemposta, em Miranda do Douro, é uma figura mascarada e fantasiada central nas tradições de máscaras de inverno de Trás-os-Montes. O termo «chocalheiro» vem de chocalho, refletindo uma das características distintivas desta figura: ele usa vários chocalhos grandes amarrados à cintura e ao corpo, que criam um som alto e rítmico à medida que se move. Este elemento auditivo tem como objetivo atrair a atenção, animar a multidão e, simbolicamente, afugentar os maus espíritos, ecoando antigos ritos pagãos ligados à fertilidade, proteção e renovação da vida durante os meses de inverno. Muitas vezes, o Chocalheiro usa roupas rústicas e pesadas sobre o corpo, às vezes com peles de animais ou franjas de lã, e o seu rosto fica escondido atrás de uma máscara, que pode ser esculpida em madeira ou feita de couro, com traços grotescos ou exagerados que amplificam a sua presença selvagem e misteriosa.
O Chocalheiro participa de forma proeminente nas Festas de Inverno ou celebrações do tipo Carnaval em Bemposta, onde se junta a outras personagens tradicionais, como Caretos, Velhas ou Farandulos, formando um animado desfile pelas ruas da vila. O festival envolve visitas de casa em casa, música, dança e interações divertidas com os moradores, que podem ser perseguidos ou provocados pelas figuras mascaradas. Estas performances combinam humor, ritual e comentário social, tornando o Chocalheiro uma fonte de entretenimento e um guardião da tradição ancestral. O seu traje e papel refletem uma herança cultural secular, ligando a comunidade local aos ciclos da natureza, ao ano agrícola e à memória coletiva dos costumes de máscaras de Trás-os-Montes.
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